Quando uma tragédia acontece é comum se imaginar que somos os únicos, que nada de mal acontece a mais ninguém, somente a nós, desafortunados.
Na verdade, todos passam por tragédias pessoais, menores ou maiores e tudo depende do que se entende por tragédia.
Perder bens materiais ou a posição no emprego, ou mesmo um endividamento, pode ser considerada uma tragédia para muitos.
Mas quem conhece a perda de um amor verdadeiro como um filho, sabe que nada material se compara.
Aí fica claro o que Jesus tanto pediu quanto ao nosso desapego por bens materiais.
Não é possível repor uma perda.
Conheço pessoas que adotaram filhos logo após uma perda.
É inútil e pode ser bem decepcionante.
A dor da perda deve ser encarada.
É preciso coragem para aceitar e continuar a creditar que Deus é nosso Pai e que nos ama.
Acreditar, acreditar e conhecer pessoas iguais, que também sofreram perdas devastadoras pode ajudar muito nesse doloroso e necessário processo.
Quando meu filho partiu me engajei em um grupo de mães que sofreram a mesma dor. Esse grupo foi fundado por um psicólogo e hoje funciona através de um grupo de whatsApp.
Grupos assim são valiosos porque nos faz perceber que não estamos sozinhos.
Por incrível que pareça sentimos que somos ajudados mas que também podemos ajudar outros.
Conheci recentemente a história de vida de um famoso advogado norte americano, Horácio Spafford.
Soube de sua biografia após ouvir e prestar atenção na letra de uma comovente música que falava em paz apesar de tudo e conservar a fé apesar de tudo!
Fiquei impressionada e na primeira vez que ouvi pensei: quem escreveu essa música certamente passou pelo que eu passei.
Descobri que é verdade. Na verdade o que aconteceu com ele é bem pior do que o que aconteceu com qualquer um de nós.
Ele perdeu seu único filho homem, depois perdeu em um incêndio todo seu patrimônio e depois perdeu em um acidente de navio suas quatro filhas de uma só vez.
Esse é o segredo: fé que leva à paz, apesar de tudo.
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