Yesterday by Iel

sábado, 15 de junho de 2013

A revolta e a volta



Todos nós temos reações diferentes diante de um fato tão devastador como a perda de alguém tão fundamental para nossa vida e para a nossa felicidade. Mas um sinal comum que logo acontece é a revolta. Ficamos com raiva, muita raiva mesmo, de Deus.
Eu por exemplo, me senti traída e que tinha levado a maior das rasteiras de Deus. Afinal, sempre havia sido, ou pelo menos tentado ser, tão próxima e cultivara tanto a fé e a adoração ao longo dos anos.
O Evangelho Segundo Lucas, capítulo 7, 11-17 conta a passagem em que Jesus e seus discípulos dirigiram-se a uma cidade e lá chegando “...eis que levavam  um defunto,  filho único; e sua mãe  era viúva... Ao vê-la o Senhor sentiu  compaixão para com ela...” O fato é que o rapaz estava morto voltou a viver.
Quando, ainda de joelhos na areia da praia percebi que meu filho havia partido para outro plano e que Deus não tinha tido compaixão de mim apesar de toas as orações e súplicas, fiquei revoltada. Tinha tanta certeza de que meu amado filho  voltaria e que Deus não permitiria a partida dele assim tão jovem e de forma tão repentina.  Era dia da misericórdia Divida e tinha certeza, naquele triste dia, de que Deus não me  abandonaria.
Mas meu filho partiu e me senti completamente abandonada. Diferentemente da passagem de Lucas acima citada, Deus não teve misericórdia de mim nem do meu filho e nos abandonou. Foi isso que pensei e tais pensamentos me consumiram durantes vários meses.
Perdi a vontade de rezar ou de conversar com Deus. Afinal foi o que fiz o tempo todo quando achei que meu filho se salvaria mas nada adiantou então passei a pensar que não valia à pena rezar. Me revoltei!
Os dias e os meses passaram e após muitas leituras e reflexões conclui que eu preciso de Deus. Entendi que por alguma razão o Iel já estava maduro para partir e que havia cumprido sua missão aqui na terra. O filho da viúva provavelmente não. Deveria talvez ajudar a sua mãe viúva e não deixá-la só.
O fato é que o nosso limitado entendimento não consegue compreender o por quê de muitas coisas mas compreendi uma: que não me cabe questionar e sim ser humilde, não me cabe a revolta e sim a aceitação e a volta ao consolo e à fé que só encontro em Deus.





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