Todos nós temos reações
diferentes diante de um fato tão devastador como a perda de alguém tão
fundamental para nossa vida e para a nossa felicidade. Mas um sinal comum que logo
acontece é a revolta. Ficamos com raiva, muita raiva mesmo, de Deus.
Eu por exemplo, me senti traída e
que tinha levado a maior das rasteiras de Deus. Afinal, sempre havia sido, ou
pelo menos tentado ser, tão próxima e cultivara tanto a fé e a adoração ao longo
dos anos.
O Evangelho Segundo Lucas,
capítulo 7, 11-17 conta a passagem em que Jesus e seus discípulos dirigiram-se
a uma cidade e lá chegando “...eis que levavam
um defunto, filho único; e sua
mãe era viúva... Ao vê-la o Senhor
sentiu compaixão para com ela...” O fato
é que o rapaz estava morto voltou a viver.
Quando, ainda de joelhos na areia
da praia percebi que meu filho havia partido para outro plano e que Deus não
tinha tido compaixão de mim apesar de toas as orações e súplicas, fiquei
revoltada. Tinha tanta certeza de que meu amado filho voltaria e que Deus não permitiria a partida
dele assim tão jovem e de forma tão repentina. Era dia da misericórdia Divida e tinha certeza,
naquele triste dia, de que Deus não me abandonaria.
Mas meu filho partiu e me senti
completamente abandonada. Diferentemente da passagem de Lucas acima citada,
Deus não teve misericórdia de mim nem do meu filho e nos abandonou. Foi isso
que pensei e tais pensamentos me consumiram durantes vários meses.
Perdi a vontade de rezar ou de
conversar com Deus. Afinal foi o que fiz o tempo todo quando achei que meu
filho se salvaria mas nada adiantou então passei a pensar que não valia à pena
rezar. Me revoltei!
Os dias e os meses passaram e
após muitas leituras e reflexões conclui que eu preciso de Deus. Entendi que
por alguma razão o Iel já estava maduro para partir e que havia cumprido sua
missão aqui na terra. O filho da viúva provavelmente não. Deveria talvez ajudar
a sua mãe viúva e não deixá-la só.
O fato é que o nosso limitado
entendimento não consegue compreender o por quê de muitas coisas mas compreendi
uma: que não me cabe questionar e sim ser humilde, não me cabe a revolta e sim
a aceitação e a volta ao consolo e à fé que só encontro em Deus.
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