Yesterday by Iel

sábado, 19 de janeiro de 2013

Resignação com Resiliência



Resignação com Resiliência

Resignação significa se conformar placidamente à nova realidade. É fato que se conformar com situações não é uma atitude típica de quem sempre foi à luta: no trabalho, estudo, doença ou por qualquer outro propósito ou situação.
Mas diante do que hoje temos, o mais racional é a resignação que, como me falou uma sábia amiga, é bem mais profunda do que a aceitação. Mas não apenas resignação. É resignação com resiliência.
Resignação remete a uma situação de se curvar diante de um fato que nos danifica internamente. Precisamos ir além disso para conseguir reagir. Precisamos de resiliência.  Como uma vara de salto em altura, nos vergamos até o nosso limite e não podemos nos quebrar para ser possível retornar à forma original, dissipando a energia acumulada que permite o lançamento.
A resignação tem um “quê” de acomodação que é importante dado que o fato ocorrido é imutável. Mas é também fundamental a resiliência que leva a uma reação. De fato, se todas as forças da natureza concorreram e se Deus, que tudo pode, permitiu que nossos amados partissem antes de nós, a resignação com resiliência é a estratégia para encontrar um novo caminho e assim conseguirmos viver em paz e prosseguirmos a caminhada.
Se para tudo existe um propósito, de nada adianta a revolta, a raiva, a amargura ou ressentimento que às vezes se nos aparecem revestidos de uma capa de saudade. Saudade deve ser algo bom e não ruim. Ninguém tem saudade de uma topada, ou de uma dor de barriga. Temos saudade de uma viagem emocionante ou de uma agradável reunião com pessoas queridas.
Diante de algo tão devastador que nos aconteceu, é fundamental cultivar a fé em Deus principalmente porque a fé ajuda a obter a resignação com resiliência e concede a esperança de um reencontro em um futuro próximo.
Nossos filhos estão bem junto à Torre Fortificada “O  nome do Senhor é Torre Fortificada à qual o justo se acolhe e está seguro” Provérbios 18:10.
Nós sim é que precisamos nos fortalecer.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Um empréstimo

Tem uma passagem em Gênesis 31 que fala de um pai que ao saber que seu filho havia morrido “...rasgou as vestes, vestiu-se de luto e chorou a morte do filho por muito tempo. Todos os seus filhos e filhas procuraram consolá-lo, mas ele recusava o consolo e dizia: De luto por meu filho descerei ao túmulo”.
É o que se tem vontade e muitos, inclusive eu pensam assim no início. Com o passar do tempo e cultivando a fé conclui-se que esse não é o caminho.
A vida é, antes de mais nada,  uma dádiva individual que nos foi emprestada. Mas quando temos filhos fica difícil pensar individualmente. Isso porque quando engravidamos a nossa ligação é completa e somos,  de fato, por algum tempo, dois em um. Talvez por causa disso mesmo depois do nascimento desse tão amado ser que, acalentamos, cultivamos e educamos com todo nosso carinho e dedicação, continuamos achando que não podemos existir sem ele.
Outro dia li declarações que me chamaram a atenção. Uma foi da modelo Gisele Bundchen que dizia: “As crianças são o nosso bem mais valioso, precisamos cuidar delas”. Outra foi da atriz Gwyneth Paltrow: “Nosso trabalho é preparar os filhos para o mundo”.
Bem diferentes as duas visões. A primeira contém explicita a falha tão comum que é a de pensar que os filhos são nossos. Eles são de fato valiosos mas não são bens e não são nossos. A segunda é bem mais realista que é preparar filhos para o mundo. No íntimo toda mãe mistura as coisas mas a verdade é que os filhos que tivemos não são nossos.
Há uma passagem no livro do antigo testamento, em Samuel 20 que fala da reação do rei Davi quando soube da morte de seu filho: “Então Davi se levantou do chão, lavou-se, perfumou-se e trocou de roupa. Em seguida voltou para casa, mandou que lhe servissem refeição e comeu.” É uma atitude de reagir, se levantar e viver. É o que precisamos fazer!
Afinal foi apenas um empréstimo de Deus, como diz o escritor José Saramago em Filhos são do Mundo: “... filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo!”

A loan

There is a passage in Genesis 31 which speaks of a father who when was told that his son had died "... tore his clothes, dressed in mourning and wept his son's death for a long time. All his sons and daughters tried to console him, but he refused the solace and said: In mourning for my son I will go down to the grave. "This is what many of us did, including myself, at first. As time goes by and as we groow in faith we conclude that this is not the way.Life is, above all, a an individual loan. But when we have children it is difficult to think individually. That's because when we are pregnant our connection is complete and we are, in fact, for some time, two in one. Perhaps because of that even after the birth of this beloved being that we kindly nurture, cultivate and educate with all our love and dedication, we continue thinking that we can not exist without him.The other day I read statements that caught my attention. The model Gisele Bundchen said to a magazine that "Children are our most valuable asset, we need to take care of them." Another was from the actress Gwyneth Paltrow: "Our job is to prepare children for the world."Well different the two visions. The first affirmative exposes the common failure that is to think that our children are ours. They are indeed valuable but are not assets and are not ours. The second is more realistic which is to prepare children for the world. I think that every mother intimately mix things but the truth is that the children we had are not ours.There is a passage in the book of the Old Testament, in Samuel 20, that tells King David's reaction when he learned of the death of his son: "Then David arose from the ground, washed, anointed himself and changed his clothes. Then came home, told his servants to serve meal and ate." It is an attitude of reaction, get up and live. That's what we need to do!After all it was only a loan from God, as the writer José Saramago says on the poem Children are for  the World "... child is a being who loaned us for a crash course in how to love someone besides ourselves, changing our worst faults to give the best examples and learn to be brave. That's right! Being a parent is the greatest act of courage that someone may have, because expose yourself to all sorts of pain, mainly from uncertainty to be acting correctly and the fear of losing something beloved. Losing? How? It is not ours, they remember? It was only a loan! "